Segurança rodoviária: implementação do iRAP no Rio Grande do Sul

Grande parte das medidas voltadas à gestão da segurança rodoviária, empregadas atualmente, pode ser considerada reativa, ou seja, baseia-se em análises sobre padrões homogêneos de acidentes que já ocorreram nas estradas – definição de trechos críticos ou de clusters (padrões comportamentais influenciados por variáveis como fluxo, velocidade e chuvas, por exemplo). Foi para aprimorar essa conjuntura que surgiu o International Road Assessment Programme (iRAP).

O principal objetivo do iRAP consiste em modificar a maneira como se pensa sobre segurança rodoviária e, com isso, reduzir significativamente a incidência de acidentes nas estradas. O programa possui parceiros em mais de 80 países e já realizou o mapeamento de mais de um milhão de quilômetros de rodovias no mundo todo. A iniciativa concentra diversos programas empregados pelos países para inspecionar as estradas e torná-las mais seguras por meio de planos de investimento economicamente viáveis. Além disso, já motivou investimentos de larga escala próximos a US$ 14 bilhões.

Baseada no iRAP, a Dynatest inspecionou e avaliou a segurança de 1.498 km de rodovias gerenciadas pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem no Estado do Rio Grande do Sul (DAER-RS). As diretrizes do iRAP foram utilizadas como base para os serviços prestados pela Dynatest neste trabalho.

Planejamento e implementação do programa de segurança rodoviária

Por meio do iRAP, prevê-se o desenvolvimento de quatro documentos que fornecem informações para engenheiros rodoviários e tomadores de decisão com o objetivo de melhorar a infraestrutura das rodovias e garantir um sistema seguro: estrada, veículo e motorista. Saiba em que consiste, de maneira geral, cada um deles:

  1. Mapa de risco: reúne dados detalhados sobre acidentes para ilustrar o número real de mortes e feridos em uma rede rodoviária;
  2. Classificação estrela: em uma escala de 1 a 5, essa medida fornece de maneira simples e objetiva o nível de segurança da estrada para ocupantes de veículos, motociclistas, ciclistas e pedestres. As rodovias de 5 estrelas são as mais seguras, enquanto as de 1 estrela são as menos seguras;
  3. Plano de investimento para estradas mais seguras: identifica alternativas de interferência economicamente viáveis na estrutura e/ou na sinalização das rodovias com o objetivo de salvar vidas. Essa análise baseia-se em aproximadamente 90 opções de melhorias de estradas com eficiência comprovada;
  4. Rastreamento de desempenho: utiliza a classificação estrela e o mapa de risco para acompanhar o desempenho da segurança rodoviária e estabelecer políticas de obras de melhorias na rodovia.

No Rio Grande do Sul, o trabalho da Dynatest consistiu em coletar dados sobre acidentes, fluxo de tráfego, velocidade nas rodovias e seu entorno; produzir um arquivo com todos os atributos da estrada e dados coletados para entrada no programa VIDA, disponível no site do iRAP; compilação dos resultados de Classificação estrela e geração de um Plano de investimento para estradas mais seguras para indicar áreas de alto risco, moldando assim os futuros investimentos em segurança rodoviária; produção de relatório técnico detalhado de acordo com as especificações do iRAP; treinamento do pessoal do DAER-RS.

“Como uma das empresas de engenharia consultiva mais respeitadas no Brasil, reconhecemos o nosso papel em contribuir para estradas mais seguras a partir de metodologias como o iRAP, que antecipam riscos e permitem que salvemos milhares de vidas”, afirma Leonardo Preussler.