Números do transporte brasileiro na pandemia

Números do transporte brasileiro na pandemia

O setor de transportes têm sido um dos mais afetados pela pandemia do coronavírus. Desde o início da quarentena, em março de 2020, empresas apresentam quedas significativas em seus resultados. E os números do transporte brasileiro continua regredindo na pandemia.

No último mês, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou os resultados da 4ª rodada Pesquisa de Impacto no Transporte Covid-19. Pelo quarto mês consecutivo, 74,6% das empresas de transporte reportaram diminuição da demanda em junho, sendo que 57,2% apontaram grande retração. E quase 80% das empresas preveem impactos negativos da crise pelos próximos quatro meses.

Das companhias entrevistadas, 26,4% afirmaram conseguir operar com recursos próprios por, no máximo, mais um mês e 21,3% já recorreram a financiamentos para complementar o fluxo de caixa e cobrir despesas de operação.

Em relação ao faturamento, 60,7% apresentaram queda e 41,8% anunciaram dificuldades em seguir com pagamentos. Como alternativa emergencial, 42,5% das empresas ouvidas suspenderam contratos de forma temporária, sendo que 42,7% delas decretaram redução de jornada e salários e 43,6% demitiram funcionários.

A isenção de impostos federais durante a pandemia é uma prioridade do setor para 50,8% das empresas, e para 50,7%, a disponibilização de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas.

A pesquisa foi feita com 858 companhias de cargas e passageiros, em todos os modais de transporte, entre 9 e 15 de julho.

Referência: Diário do Transporte

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A poluição no ar durante a pandemia

O novo modo de viver imposto pela pandemia do novo coronavírus trouxe inúmeros desafios. A forma como trabalhamos e convivemos socialmente teve de ser rapidamente alterada devido às políticas de distanciamento social. No entanto, os mais otimistas defendem os frutos positivos deste período intenso, como o estreitamento de laços, a possibilidade de autoconhecimento e os impactos ambientais positivos – sendo um deles a redução da poluição no ar nos últimos meses.

Com produção industrial e tráfego reduzidos, diminuiu-se a queima de combustíveis fósseis. Segundo dados da NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA), os satélites de monitoramento de poluição detectaram reduções importantes de dióxido de nitrogênio (NO²) e CO² sobre a China. Abaixo, confira os índices de NO² na China de 1o a 20 de janeiro de 2020, antes da quarentena, e de 10 a 25 de fevereiro, durante o isolamento:

Fotos: NASA Earth Observatory com dados modificados do satélite Copernicus Sentinel 5P processados pela Agência Espacial Europeia.

Já no Brasil, dados de maio do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) demonstram queda nos níveis de poluentes na atmosfera na região metropolitana de São Paulo. O nível de partículas inaláveis finas apresentou reduções significativas a partir da segunda quinzena de março deste ano.

Em contrapartida, os níveis de ozônio no período, na mesma localidade, são muito parecidos com os registros de anos anteriores. O ozônio é um poluente secundário, portanto, não é emitido diretamente da queima de combustíveis – sua formação ocorre a partir da combinação de outros poluentes e de condições atmosféricas específicas.

O que se pode concluir é que a qualidade no ar apresentou uma melhora significativa com a desaceleração da economia mundial. No entanto, a retomada das atividades pode fazer com que esse cenário volte ao habitual, segundo artigo do Instituto de Geociências da UNICAMP.

A sociedade já viveu períodos de redução de emissões de gases poluentes durante crises e recessões econômicas, como a de 2008. Porém, após a retomada das atividades, os esforços para retomada da economia fizeram com que os níveis de poluição fossem ainda maiores. O que determina a real diminuição dos impactos nocivos à natureza é a mudança nas decisões e estruturas de produção de bens e energia de modo global, a partir de novas leis e regulamentações.

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Fluxo em aeroportos durante a crise e medidas de prevenção

O avanço do coronavírus (COVID-19) mudou radicalmente a sociedade que até então conhecemos. Em pouco tempo, fomos obrigados a reinventar a forma de nos relacionar, fazer negócios, trabalhar, estudar e socializar. Além das consequências na saúde, a pandemia trouxe diversas condições à humanidade.

O impacto da Covid-19 nos mais variados segmentos econômicos já é visível. No setor Aeroviário não é diferente: de acordo com dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), diante da crise ocasionada pelo coronavírus, a demanda em passageiros-quilômetros pagos transportados (RPK, na sigla em inglês) no último mês, apresentou queda de 52,9%, ante ao mesmo período em 2019. Com o resultado, houve um retrocesso no volume global de passageiros, comparado aos níveis de 2006.

Com um importante papel na sociedade, além de garantir a mobilidade urbana, o transporte aéreo é responsável pela movimentação de carga e mercadorias urgentes ou de alto valor, além da geração de empregos diretos e indiretos. Embora o setor esteja passando por momentos difíceis, já é possível notar uma mudança no cenário.

Como o fluxo de usuários diminui, algumas companhias aéreas estão transportando cargas (dentre elas medicamentos e máscaras) nos assentos que até então eram destinados aos passageiros. A operação emergencial foi autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), apenas enquanto estiver vigente o período de emergência da Covid-19.

Em 01/05, Dia do Trabalho, a companhia área Gol disse que aumentará a frequência de voos domésticos no Brasil.  Já a Azul, que até o mês de abril tinha em seu portfólio 25 destinos brasileiros, aumentou o atendimento em mais quatro cidades.

Combate

Para conter o avanço do vírus, principalmente durante os voos, muitas ações estão realizadas. Recentemente, 52 terminais se uniram e realizaram uma campanha educativa para alertar as pessoas sobre o impacto do novo coronavírus. Nas redes sociais, os aeroportos usaram a hashtag #aeroportosunidoscontraovirus e postaram a seguinte mensagem: “O voo mais importante da nossa história: juntos contra o vírus! Rodas no chão para depois decolarmos mais alto!” A ideia era mostrar que o setor está unido, e que neste momento, é importante reduzir os voos para conter a disseminação do vírus.

Na última sexta-feira (08/05), o Aeroporto Internacional de Florianópolis – Hercílio Luz passou por uma sanitização. Junto com a empresa que administra o complexo, Floripa Airport, militares do Exército brasileiro limparam o local. Em Três Lagoas (MS), o Aeroporto Municipal Plínio Alarcon também foi sanitizado. A ação aconteceu no dia 06 deste mês.

Na Bahia, os aeroportos de Porto Seguro, Vitória da Conquista e Ilhéus também tomaram medidas. Atualmente estão operando com capacidade reduzida, e a exemplo de outros equipamentos, estão realizando medição de temperatura dos passageiros dos voos nacionais vindos de São Paulo e Rio de Janeiro e internacionais de países com casos confirmados da Covid-19.

Os equipamentos fiscalizados pela Associação Nacional das Empresas Administradoras de Aeroportos (Aneaa) adotaram medidas mais energéticas, como a desativação de terminais e portões de embarque; ampliação dos cuidados com a limpeza e higienização dos ambientes; fechamento de pistas e ampliação de espaços para estacionamento de aeronaves; bem como medição de temperatura de passageiros e fornecimento de EPIs para colaboradores que ficam em contato próximo com os usuários.

Além das ações que visam proteger a saúde e o bem-estar de todos, pensando no impacto econômico, ainda, realizaram acordos com sindicatos do setor, que visam assegurar os postos de trabalho, minimizando os impactos nos salários dos colaboradores.

Como atores fundamentais, além de importantes para locomoção, os aeroportos brasileiros têm desempenhado um importante papel social no combate à proliferação do novo coronavírus.

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