A poluição no ar durante a pandemia

A poluição no ar durante a pandemia

O novo modo de viver imposto pela pandemia do novo coronavírus trouxe inúmeros desafios. A forma como trabalhamos e convivemos socialmente teve de ser rapidamente alterada devido às políticas de distanciamento social. No entanto, os mais otimistas defendem os frutos positivos deste período intenso, como o estreitamento de laços, a possibilidade de autoconhecimento e os impactos ambientais positivos – sendo um deles a redução da poluição no ar nos últimos meses.

Com produção industrial e tráfego reduzidos, diminuiu-se a queima de combustíveis fósseis. Segundo dados da NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA), os satélites de monitoramento de poluição detectaram reduções importantes de dióxido de nitrogênio (NO²) e CO² sobre a China. Abaixo, confira os índices de NO² na China de 1o a 20 de janeiro de 2020, antes da quarentena, e de 10 a 25 de fevereiro, durante o isolamento:

Fotos: NASA Earth Observatory com dados modificados do satélite Copernicus Sentinel 5P processados pela Agência Espacial Europeia.

Já no Brasil, dados de maio do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) demonstram queda nos níveis de poluentes na atmosfera na região metropolitana de São Paulo. O nível de partículas inaláveis finas apresentou reduções significativas a partir da segunda quinzena de março deste ano.

Em contrapartida, os níveis de ozônio no período, na mesma localidade, são muito parecidos com os registros de anos anteriores. O ozônio é um poluente secundário, portanto, não é emitido diretamente da queima de combustíveis – sua formação ocorre a partir da combinação de outros poluentes e de condições atmosféricas específicas.

O que se pode concluir é que a qualidade no ar apresentou uma melhora significativa com a desaceleração da economia mundial. No entanto, a retomada das atividades pode fazer com que esse cenário volte ao habitual, segundo artigo do Instituto de Geociências da UNICAMP.

A sociedade já viveu períodos de redução de emissões de gases poluentes durante crises e recessões econômicas, como a de 2008. Porém, após a retomada das atividades, os esforços para retomada da economia fizeram com que os níveis de poluição fossem ainda maiores. O que determina a real diminuição dos impactos nocivos à natureza é a mudança nas decisões e estruturas de produção de bens e energia de modo global, a partir de novas leis e regulamentações.

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